terça-feira, 3 de março de 2015

CAPÍTULOS II - IV

CAPÍTULO II
  
  
  
  
  


    O nascimento do Príncipe alegrou aos membros da família real. Seus pais estavam particularmente felizes, e deram-lhe o nome de Siddhattha (Aquele que realizou os desejos). Uma grande multidão se dirigia ao palácio, assim como brâmanes cultos e homens sábios também, a fim de explicar aos reis as coisas maravilhosas que aconteceram quando o Príncipe nasceu. Eles examinaram o corpo do bebê, encontrando muitas marcas. Eles descobriram 32 sinais sagrados e, pouco depois, anunciaram que estes sinais especiais indicavam um ser extraordinário. Eles também predisseram que aquele bebê um dia se tornaria um Buddha. 
Naquela época, havia um homem santo que morava perto do palácio real, chamado Kaladevala Asita. Ele percebeu que todos estavam muito felizes. Não somente o povo do reino, mas também os deuses no céu. Indagando aos deuses qual era a razão de tanta alegria, obteve a resposta que uma belíssima e afortunada criança havia nascido para o Rei Sudhodana, e que um dia ensinaria a Verdade a todos os homens. Asita se apressou a ir até o palácio real para ver a criança. O Príncipe, trajando as melhores roupas, foi trazido à presença de Asita, para honrar o santo homem, que era respeitado e honrado pelo rei. A criança foi trazida e um fato estranho aconteceu: os pés do Príncipe viraram e tocaram a cabeça de Asita. Isto, porque o Buddha era o mais santo dos homens e todos deveriam honrá-Lo como um ser superior. O Rei Sudhodana observou e ajoelhou-se para adorar seu filho. 

Sete dias após o nascimento, a rainha falece e renasce no céu de Tusita. A irmã da rainha, a princesa Prajapati, cuidou e tutelou o Bebê-príncipe como se fosse seu próprio filho. O Príncipe cresceu feliz sob os cuidados de sua tia Mahaprajapati Gotami, seu nome completo. Enquanto isso, o Rei Sudhodana fazia os preparativos desejando que seu filho também se tomasse um grande Rei. Ele não desejava que seu filho renunciasse ao mundo. Ele tudo fez para que a criança crescesse feliz. Palácios, jardins e parques foram construidos, e a criança tinha muitos brinquedos. O Príncipe não conhecia a doença e o sofrimento. Quando jovem, gozou a vida amplamente, como um Príncipe. Mas, á medida que envelhecia, Ele se tomava quieto e profundo, em pensamento, estendendo Seu amor a todas as criaturas. 

Certo dia, Ele foi andar no jardim, onde muitos pássaros viviam. Enquanto estava ali sentado, viu um cisne branco voando no céu. Um primo Seu, Devadatta, que também se encontrava no jardim, viu o cisne e apontou uma flecha para abater o pássaro. A flecha atingiu a asa do cisne e ele caiu. O Príncipe Siddhattha pegou a ave, e arrancou dela a flecha, cuidando da ave. Devadatta disse ao Príncipe Siddhattha que o cisne pertencia-lhe, já que o tinha abatido. Mas Siddhattha respondeu que se o cisne morresse, então seria de Devadatta. E Ele, porém, havia salvado a ave, e dizendo: "portanto ela é minha. Qualquer um pode matar os pássaros, mas ninguém quer tratá-los bem". Então, Ele soltou a ave no céu. O Buddha estendia Seu Amor e Compaixão a todos os seres. Assim, Ele foi amado e honrado por todos. 

O Príncipe recebia educação do professor mais sábio do reino, mas o professor entendeu que seu aluno era mais sábio do que ele mesmo, de forma que chegou a um ponto que não tinha mais nada que Lhe ensinar. Seu conhecimento crescia, a um alto nível, dia após dia.

  
  
  
  

 CAPÍTULO III
  
  
  
  


    Era costume do Rei patrocinar muitos festivais. Entre eles, o festival da semeadura era o mais importante, quando todos os habitantes vestiam seus trajes mais bonitos. Todas as casas tinham flores na sacada. Todos se alegravam em participar do festival real da semeadura, e o Rei promovia a festa a fim de fomentar a produção de arroz, legumes, etc. 
Naquela vez, ele desejou levar seu filho o local onde aravam. Foi preparado um confortável lugar, sob uma macieira, para o Príncipe e Suas diversas babás. O evento começou com a participação do Rei e seus dignatários. Havia muito para ver e muito do que comer naquela ocasião. As babás esqueceram-se do Príncipe, enquanto assistiam ao festival. Enquanto isso, o Príncipe, só, tornou-se absorto em profunda meditação. As sombras mudavam de posição, mas a sombra da árvore sob a qual Siddhattha estava sentado não sofria mudança. 
Após algum tempo, as babás lembraram-se do Príncipe, deixado sozinho sob aquela árvore. Quando elas retornaram apressadas, viram o acontecido e relataram ao Rei. Todos pararam o que faziam e correram para ver o acontecimento milagroso. O Rei reparou na diferença entre as sombras das outras árvores e daquela sob a qual o Príncipe sentava. O Rei, maravilhado, pela segunda vez saudou honrosamente seu filho e disse: "Filho querido, esta é minha segunda saudação!". O Rei curvou profunda e respeitosamente sua cabeça, saudando seu próprio filho.

  
  
  
  

 CAPÍTULO IV
  
  
  
  


    O Príncipe Siddhattha completara 16 anos. Como era costume, seu pai, o Rei Suddhodana, desejava encontrar para Ele uma noiva apropriada. Assim, enviou mensagens a todos os seus parentes e amigos da nobreza, para que trouxessem suas filhas ao palácio. 
O Rei tinha esperança que o Príncipe escolhesse alguma dentre as mulheres para esposa (4). Os nobres tinham a impressão de que o Príncipe era demasiadamente jovem e fraco, e não se interessaria por nenhuma delas. "Ele não sabe como lutar ou usar da espada, nem como disparar uma flecha. Ele não conhece a arte da guerra. everia ser capaz de defender o país em caso de guerra", assim pensavam. 
O Príncipe sabia o que os nobres pensavam a seu respeito. Pediu então a Seu pai para que convidasse os nobres, inclusive os melhores arqueiros, para uma festa de competição. No dia da festa, os arqueiros não foram capazes de atirar como o Príncipe, que superou a todos nas competições. Ao final dos exercícios de guerra, o Príncipe respondeu a todas as perguntas levantadas pelos sábios, após o que, Ele mesmo propôs questões aos sábios reunidos no palácio. Nenhum soube responder. Tendo observado o que acontecia, os nobres estavam maravilhados. 

O Príncipe escolhera então a bela Princesa Yasodhara, filha dos Rei dos Kolyias, de um reino próximo, e que estava presente na festa. Bem após o casamento, o Príncipe e a Princesa tiveram um filho, que chamaram de Rahula. O Rei Suddhodana estava muito feliz com a vida caseira e alegre dos dois príncipes. Estava convencido agora que seu filho Siddhattha havia esquecido da profecia de nascimento e que não renunciaria mais ao mundo para tomar-se um Buddha.

  
  
  
  

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